segunda-feira, 21 de julho de 2014

Principais Cardiopatias


O coração humano é uma bomba muito eficiente, durável e segura que impulsiona diariamente mais de 6000 litros de sangue para todo o corpo e bate mais de 40 milhões de vezes por ano durante a vida inteira de um indivíduo e, desse modo, fornece aos tecidos um suprimento constante de nutrientes vitais e facilita a excreção de produtos residuais.
 
                            

 
Conforme pode ser previsto, a disfunção cardíaca pode estar associada a consequências fisiológicas devastadoras. A doença cardíaca é a principal causa de invalidez e de morte nos países industrializados.
As principais categorias de doenças cardíacas consideradas no presente resumo incluem as anormalidades cardíacas congênitas, a cardiopatia isquêmica, a cardiopatia causada por hipertensão sistêmica, a cardiopatia causada por doenças pulmonares (cor pulmonale), as doenças das valvas cardíacas e as doenças miocárdicas primárias.

PATOLOGIA  


Embora muitas doenças possam envolver o coração e os vasos sanguíneos, as disfunções cardiovasculares resultam de um ou mais de cinco mecanismos principais:

1. Falência da bomba. Na circunstância mais comum, o músculo cardíaco contrai-se fraca ou inadequadamente, e as câmaras não são capazes de se esvaziar de modo apropriado. Em algumas condições, contudo, o músculo não é capaz de relaxar o suficiente para permitir o enchimento ventricular;

2. Uma obstrução ao fluxo decorrente de lesão que impede a abertura da valva ou que causa uma elevação da pressão da câmara ventricular. A pressão elevada faz a câmara que bombeia contra a obstrução trabalhar em demasia. 

3. O fluxo regurgitante faz com que uma parte do sangue expulso em cada contração flua para trás e adicione uma sobrecarga de volume a cada uma das câmaras, que precisam bombear o sangue extra;

4. Distúrbios da condução cardíaca. O bloqueio ou as arritmias cardíacos devido à geração descoordenada de impulsos levam a contrações não uniformes e ineficientes das paredes musculares;

5.  Interrupção da continuidade do sistema circulatório, a qual permite que o sangue escape (ferimento por disparo de arma de fogo através da parede torácica).


DOENÇAS CARDIOVASCULARES



A maioria das doenças cardiovasculares surge da interações entre os fatores ambientais e a suscetibilidade genética.
A visão atual apoia-se na ideia de que a maioria das doenças cardiovasculares clínicas resulta de uma interação complexa entre os fatores genéticos e os ambientais que interrompem as redes que controlam a morfogênese, a sobrevida dos miócitos, as respostas ao estresse bio-mecânico, a contratilidade e a condução elétrica.


INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 

 
  Na insuficiência cardíaca, o coração é incapaz de bombear o sangue em uma taxa proporcional às necessidades dos tecidos metabolizantes ou é capaz apenas em uma pressão de enchimento elevada.
Embora seja geralmente causada por um desenvolvimento lento de uma deficiência intrínseca na contração do miocárdio, uma síndrome clínica similar está presente em alguns pacientes com insuficiência cardíaca causada por condições nas quais o coração normal é subitamente exposto a uma carga que excede sua capacidade ou nas quais o enchimento ventricular está prejudicado.

 

CARDIOPATIA CONGÊNITA

 
É um termo geral utilizado para descrever as anormalidades do coração ou dos grandes vasos presentes desde o nascimento.
A maioria de tais distúrbios origina-se de um defeito na embriogênese, quando ocorre o desenvolvimento das principais estruturas cardiovasculares.
As anomalias mais graves podem ser incompatíveis com a sobre-vida uterina.
Os defeitos cardíacos congênitos compatíveis com a maturação embrionária e o nascimento são geralmente defeitos morfo-genéticos de câmaras ou regiões isoladas do coração, e o restante do coração desenvolve-se de modo relativamente normal.



CARDIOPATIA ISQUÊMICA

 

Grupo de síndromes intimamente relacionadas que resultam isquemia do miocárdio – um desequilíbrio entre a oferta (perfusão) e a procura do coração por sangue oxigenado.
A isquemia abrange não apenas uma insuficiência de oxigênio, mas também uma disponibilidade reduzida de substratos nutrientes e uma remoção inadequada de metabólitos.
Em mais de 90% dos casos, a causa da isquemia miocárdica é uma redução do fluxo sanguíneo coronariano em razão de uma obstrução aterosclerótica nas artérias coronárias.
Na maioria dos casos, há um longo período (décadas) de aterosclerose coronariana lentamente progressiva e silenciosa antes que os distúrbios se tornem manifestos.


CARDIOPATIA HIPERTENSIVA

 

A cardiopatia hipertensiva (CH) é a resposta do coração ás demandas aumentadas induzidas por hipertensão sistêmica.
A hipertensão pulmonar também causa doença cardíaca, que é denominada CH direita ou cor pulmonale.

DOENÇA CARDÍACA VALVULAR

 
É o comprometimento valvular por doenças causa estenose, insuficiência (regurgitação ou incompetência), ou ambas.
A estenose é a falha de uma valva em abrir-se completamente, impedindo assim o fluxo para a frente.
A insuficiência, por outro lado, resulta da falha de uma valva em fechar-se completamente, permitindo assim um fluxo invertido.
Essas anomalias podem ser puras, quando apenas a estenose ou a regurgitação está presente, ou mistas, quando tanto a estenose quanto a regurgitação coexistem na mesma valva, mas em geral com o predomínio de um desses defeitos.
 

CARDIOMIOPATIAS

 

As doenças miocárdicas constituem um grupo heterogêneo que inclui os distúrbios inflamatórios (miocardites), as doenças imunológicas, os distúrbios metabólicos sistêmicos, as distrofias musculares, as anomalias genéticas em células do músculo cardíaco e um grupo adicional de doenças de etiologia desconhecida.

DOENÇA PERICÁRDICA 
  As lesões pericárdicas estão quase sempre associadas a uma doença situada em outra parte do coração ou nas estruturas circunjacentes, ou são secundárias a um distúrbio sistêmico; a doença pericárdica isolada é incomum.



Fonte: Robbins & Cotran: Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

















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