terça-feira, 11 de junho de 2013

Exame Microscópico da Urina

Depois das análises químicas e físicas, a terceira parte do exame da urina tipo I é a microscopia. Sua finalidade é detectar e identificar elementos insolúveis, como hemácias, leucócitos, células epiteliais, cilindros, bactérias, leveduras, parasitos, muco, espermatozoides, cristais e artefatos.


Para o exame microscópico, a urina deve ser recente ou corretamente conservada. Após a seleção da amostra, centrifuga-se em tubo cônico uma quantidade de urina entre 10 e 15 ml (12 ml é o mais indicado) - volume suficiente para fornecer uma amostra significativa dos elementos presentes nela - durante 5 minutos, a 450 FCR. A maior parte do sobrenadante é desprezada, restando o sedimento e quantidade de líquido suficiente para ressuspensão e visualização em lâminas. Com auxílio de uma pipeta pasteur, põe-se uma gota do sedimento ressuspendido na lâmina de microscopia, cobrindo com lamínula.
Primeiramente a lâmina é visualizada em objetiva de pequeno aumento (10x) para detecção de cilindros e verificação da composição geral do sedimento. Tendo identificado alguma estrutura, passa-se para uma objetiva de grande aumento (40x). As estruturas mais pesadas, como os cilindros, costumam se deslocar para a borda; por isso, se recomenda percorrer na objetiva de 10 (ou aumento de 100 vezes) todo o perímetro da borda, ou no mínimo 10 campos. As observações de grande aumento devem, também, ser feitas em no mínimo 10 campos.
Ao utilizar a microscopia de luz direta deve-se ter cuidado com a intensidade do foco de luz, que deve ser baixa, com diafragma e condensador quase fechado e afastado.

Interpretação                                                                                                                                                            




Sedimentoscopia                                                                                                                                                

  • Hemácias - Relação com lesões na membrana glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. O número auxilia na detecção da gravidade. Associada a glomerulonefrite, infecções agudas, reações tóxicas, neoplasias e distúrbios circulatórios, cálculos renais. Contaminação menstrual; exercício físico.
    Aparecem como discos incolores.
    Na urina concentrada encolhem e crenam. Na urina alcalina incham e lisam (ficando vazias = células fantasmas).
    Dismórficas – protrusões celulares ou fragmentadas. Hemorragia glomerular; exercício intenso.
  • Acantócitos – comum em hemorragia glomerular. Múltiplas protrusões.
    A amostra da urina apresenta turvação, tom vermelho. Valores de referência: 0 a 2 em Grande Aumento.
  • Leucócitos - Presentes devido a lesão glomerular ou capilar, movimentos ameboides através dos tecidos, infecções bacterianas, pielonefrite, cistite, prostatite, uretrite. Excesso chamado piúria. Microscopicamente são identificados devido aos grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados. Lisam-se rapidamente em urinas alcalinas.
    • Valores de referência: menos de 5 por campo de Grande Aumento, podendo ser maior em pacientes do sexo feminino.
  • Células epiteliais - Provêm da uretra, vagina, outros tecidos. Não é incomum encontrá-las.
    Pavimentosas – menor significado clínico, mais abundante abundante. Referenciada como raras, poucas, muitas ou agrupadas.
    Transicionais – revestimento da pelve renal, bexiga e parte superior da uretra. Menores que pavimentosas. Esféricas, caudadas ou poliédricas. Possuem núcleo central, enquanto das outras esféricas é excêntrico. Pouco significado.
    Tubulares­ mais importantes. Sua grande quantidade indica necrose tubular, pielonefrite, infecções virais, rejeição de transplante. Redondas e ligeiramente maiores que os leucócitos. Um só núcleo redondo e excêntrico.
  • Lipídios - Absorção pelas células do túbulo renal quando o néfron não está filtrando bem. Tornam as células muito refringentes. Células tubulares com lipídios são chamadas de corpos adiposos ovais. Lipidúria reflete síndrome nefrótica e traumatismo grave (liberação de medula dos ossos).
  • Bactérias - A urina é estéril. Amostras colhidas inadequadamente podem apresentar contaminação sem significado clínico, assim como as que ficam à temperatura ambiente por muito tempo. Alguns laboratórios só registram as bactérias se houver conjunto com leucócitos.
  • Leveduras - Muito observadas em diabéticos (melito) e mulheres com candidíase vaginal. Facilmente confundidas com hemácias, por isso, é importante observar brotamentos. O principal representante é a Candida albicans.
  • Parasitas - Maior frequência:  Trichomonas vaginalis, devido à contaminação por secreções vaginais. É flagelado e facilmente identificado por seu movimento ao microscópio. Quando imóvel pode parecer leucócito. Podem ser observados Enterobius, Schistosoma e outros parasitas intestinais, resultado de contaminação fecal.
  • Espermatozoides - Encontrados após relações sexuais ou ejaculação noturna. Sem significado.
  • Muco - É um material proteico produzido por glândulas e células epiteliais. Não é significativo clinicamente. Abundante quando há contaminação vaginal. Visto como estruturas filamentosas com baixa refração, o que exige observação em luz de baixa intensidade. Os grumos mucosos podem ser confundidos com cilindros hialinos, mas os filamentos mucosos são irregulares.
  • Cristais e cilindros - os cristais e os cilindros, por serem bastante significativos, serão descritos em um tópico específico.
CRISTAIS                                                                                                                                                               

É comum encontrar cristais na urina, nem sempre têm significado clínico. São formados pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações de pH, temperatura ou concentração, o que afeta sua solubilidade. São formados nos túbulos e raramente na bexiga. Mais abundantes em amostras refrigeradas ou em temperatura ambiente por muito tempo. O conhecimento do pH da urina determinará o tipo de substâncias químicas que estão precipitando. É mais difícil a identificação em urinas neutras.

CRISTAIS NORMAIS

Urina ácida – mais encontrados: uratos, uratos amorfos e uratos de sódio, oxalatos; cor castanho-avermelhado, sendo os únicos coloridos que são normais; formas de roseta, losangos e agulhas; elevados em leucemia e gota
Os uratos amorfos possuem grânulos castanho-amarelados em grumos; quando em excesso podem deixar a urina rosada. 
Cristais de oxalato de cálcio são frequentes na urina ácida e neutra, mas não na alcalina; octaedros incolores em forma de envelope – mas também na forma de halteres ovoides; ocorrem em pessoas que ingerem muito ácido oxálico, ascórbico e na intoxicação por produtos químicos. 

Urina alcalina – maioria: fosfatos (triplo, amorfo e de cálcio). Os fosfatos triplos são formados por prismas incolores (“tampas de caixão”); aumentam em amostras que passaram muito tempo em temperatura ambiente. 
Os fosfatos amorfos são granulares; quando em excesso a urina fica meio leitosa.
Os fosfatos de cálcio são menos frequentes, incolores, forma de prismas finos, placas ou agulhas. Na urina neutra podem ser confundidos com cristais de sulfonamida.
 Outros cristais normalmente encontrados na urina alcalina são os biuratos de amônio e os carbonatos de cálcio. Os biuratos são castanho-amarelados, descritos como “ouriço do mar” (esfera com espículas). Os cristais de carbonato de cálcio são pequenos e incolores, forma de halteres ou esferas. Podem ocorrer em grumos.


CRISTAIS ANORMAIS

Os mais importantes são: cistina, bilirrubina, colesterol, sulfonamidas, leucina, tirosina, corantes radiográficos e medicamentos. A hemossiderina também pode ser vista em anemias hemolíticas.
Oxalato de Cálcio.
Fonte: Internet
  • Cistina - placas hexagonais incolores, encontradas em casos de erro metabólico congênito que impede sua reabsorção no túbulo contorcido proximal. Portadores tendem a formar cálculos.
  • Colesterol - raro (a menos que a amostra tenha sido refrigerada – lipídio assume forma de gotícula). Placas irregulares com chanfraduras.
  • Leucina - apresentam-se como esferas castanho-amareladas com círculos concêntricos e estriações radiais.
  • Tirosina - parecem com bainhas de agulhas finas, vistos só em casos de hepatopatia grave.
  • Bilirrubina - também presentes em hepatopatias graves. Grumos de agulhas ou grânulos com cor amarela característica.
  • Sulfonamidas - comuns em desidratados, podendo provocar lesão tubular se os cristais se formares nos néfrons.
  • De corantes radiográficos e ampicilina - Os radiográficos podem ser parecer com os de ácido úrico. Relacionado com amostras com alta densidade. Os de ampicilina aparecem como agulhas que formam feixes após refrigeração.

CILINDROS                                                                                                                                                               

Exclusivamente renais. Formam-se no interior do túbulo contorcido distal e ducto coletor. Suas formas representam a luz do tubo. Pontas arredondadas; enrugados ou contorcidos, depende da idade. A largura depende do local de origem; muito largos podem indicar distensão tubular ou longa estase urinária.
A aparência dos cilindros depende do material do filtrado – células, bactérias, grânulos, pigmentos, cristais.
O principal componente dos cilindros é a proteína Tamm-Horsfall. Gelifica-se em estase ou alta concentração de Sódio e Cálcio.
Os principais tipos de cilindro são:

  • Hialino - são os mais frequentes. Principal componente: proteína de Tamm-Horsfall. Associado a glomerulonefrite, doença renal crônica, pielonefrite, desidratação e insuficiência cardíaca congestiva. Pode aparecer em excesso após exercícios físico intensos, processos de desidratação e estresse. 
    • Valor de referência: 0 a 2 por campo de pequeno aumento é considerado normal.
  • Hemático - todos os cilindros celulares podem indicar grave doença renal. Indica que o sangramento vem do interior do néfron. Relacionado principalmente a glomerulonefrite. São refringentes e têm cor de amarelo a marrom. Pode ter células identificáveis ou bem ligadas à matriz. À medida que envelhece vai lisando, ficando homogêneo. A hemoglobina liberada mantém a cor amarelada.
  • Leucocitário - indício de inflamação ou infecção no interior nefrótico. Frequentes na pielonefrite. Podem acompanhar os hemáticos. Semelhantes aos epiteliais.
  • Epiteliais - cilindros hialinos se aderem intimamente às células tubulares, o que facilita a descamação. Em presença de lesão tubular as células saem com facilidade dos túbulos durante o desligamento do cilindro hialino. Pode encontrar cilindros com pedaços inteiros do tecido tubular. Pode encontrar na lâmina ainda cilindros hemáticos e leucocitários em casos de pielo e glomerulonefrite.
  •  Granulares - grosseiros e finos. Frequentes. A origem é associada a atividade dos lisossomos das células dos túbulos renais. Sua excreção aumenta após estresse e exercício. Porém podem representar desintegração de cilindros celulares e de células tubulares ou até agregados proteicos filtrados pelos glomérulos. É preciso que haja estase urinária e que cilindros celulares permaneçam nos túbulos para que a desintegração produza grânulos.
  • Céreos - refringentes; textura rígida, fragmentando-se ao passar pelos túbulos. Indica extrema estase urinária.
  • Adiposos - encontrados juntamente com corpos adiposos ovais, em distúrbios que provocam lipidúria, como a síndrome nefrótica. Formados pela agregação de gotículas lipídicas, de corpos gordurosos ovais provenientes da degradação dos lipídios. Ligeiramente refringentes e contêm gotículas gordurosas de cor marrom-amarelada. Formas de cruz de malta em luz polarizada.
  • Largos - cilindros formados nos ductos coletores e em doenças que alterem o diâmetro dos túbulos. Todos os tipos de cilindros podem ser largos. Às vezes é chamado de cilindro de insuficiência renal.
Você pode fazer o download de um Atlas de Sedimentoscopia na nossa aba de Downloads ;)

4 comentários:

  1. muito interessante sua explicação , parabens !!!

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