quarta-feira, 12 de junho de 2013

Testes de Avaliação Hepática

Quase toda substância que passa pelo trato gastrintestinal passa primeiramente pelo fígado, momentos antes de ser distribuída para a circulação sanguínea.

O fígado é um órgão muito importante, que desempenha diversas funções, tais quais:

  1. Catabolismo - do heme, por exemplo.
  2. Metabolismo de carboidratos - glicólise e gliconeogênese.
  3. Metabolismo de proteínas - é o único local onde a albumina é produzida.
  4. Metabolismo de lipídios 
  5. Desintoxicação - de fármacos, bilirrubina, drogas, amônia.
  6. Excretora - Ácidos biliares, bilirrubina.
  7. Armazenamento - glicogênio, vitaminas lipossolúveis.
Os principais objetivos da avaliação da função hepática é realizar triagens, prognosticar e monitorar pacientes com hepatopatias. 
Hoje contamos com métodos para avaliar a função hepatocelular, avaliar fluxo biliar e consequentes lesões, avaliar a função sintética, avaliar complicações e pesquisar a causa.

TESTES PARA AVALIAÇÃO HEPATOCELULAR                                                                                       
  • Aminotransferases 
    • Aspartato aminotransferase (AST) -  conhecida antigamente como "TGP", é uma enzima encontrada em altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, músculo esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e  eritrócitos. Devido à grande quantidade de tecidos onde está presente torna-se uma enzima muito sensível, porém de baixa especificidade. Daí a importância da combinação de achados clínicos e bioquímicos.
    • Alanina aminotransferase (ALT) - antiga "TGP", é encontrada em altas concentrações no citoplasma hepático, tornando-a um pouco mais sensível para lesão hepática do que a AST. Contudo pode apresentar uma elevação em miopatias severas.
      • Relação AST/ALT - Costumam subir e descer na mesma proporção em doenças hepáticas. Elevações de apenas ALT indicam hepatite crônica. Na hepatite alcoólica há maior lesão mitocondrial - em outras palavras, AST aumenta mais que a ALT.
      • Causas de elevação - Doenças hepatobiliares, doenças do miocárdio, doenças pancreáticas, álcool, drogas, diabetes, obesidade, hemocromatose.
  • Gama glutamil transferase  (GGT) - Mais abundante no fígado, rins, pâncreas, próstata. Associado ao consumo de álcool. É um sensível marcador de doença hepática, onde valores anormais podem representar carcinomas.
      • Causas de elevação - doença hepatobiliar e pancreática, álcool, drogas, anorexia, síndrome metabólica.
TESTES PARA AVALIAÇÃO DE FLUXO BILIAR E LESÕES NAS VIAS BILIARES
  • Desidrogenase Lática (LDH) - lesões hepatocelulares de modo geral. 
      • valores normais: 24-480 U/L.
  • Fosfatase alcalina (FAL) - Compreende uma família de enzimas presentes em quase todos os tecidos. No fígado está especialmente ligada aos dos canalículos biliares e na superfície dos hepatócitos. Se por um acaso os níveis de FAL estiverem aumentados no sangue, sem que o paciente apresente clínica hepatobiliar deve ser solicitado diferenciação entre as principais isoenzimas (óssea, hepática e intestinal)
      • Valores variam de acordo com a idade.
TESTES GERAIS                                                                                                                                                                    
  • Bilirrubina - Se divide em duas - a direta (Conjugada) e a indireta (não conjugada).
  • Icterícia causada por excesso de bilirrubina.
    • Hiperbilirrubinemia não-conjugada - Causas: hemólise, icterícias de recém-nascidos, síndrome de Gilbert, hematopoese.
    • Hiperbilirrubinemia conjugada e não-conjugada  - Causas: distúrbios hepatocelulares, cirrose, hepatite, drogas, colestases.
  • Albumina - A determinação da concentração de albumina sérica é útil para avaliação da função de síntese proteica pelo fígado, uma vez que este órgão é o único sítio de produção desta proteína. A vida média da albumina é de aproximadamente 20 dias, razão pela qual não há redução significativa de seus níveis na insuficiência hepática aguda, apenas na doença crônica.
ICTERÍCIAS OBSTRUTIVAS (PÓS-HEPÁTICAS)                                                                                                                           
Pode ocorrer por litíase biliar. Apresenta urinas escuras. Com a evolução do quadro, o órgão tende a aumentar de volume.

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