quarta-feira, 12 de junho de 2013

Função Pancreática

Fonte: Revista Corpore
O pâncreas é uma glândula que possui funções variadas, como endócrina, exócrina e autócrina.
Produz amilase, protease e lipase, que são liberadas na bile, junto com o suco pancreático.
O pâncreas pode ser alvo de neoplasias e inflamações, que detalharemos mais a seguir.

PANCREATITE AGUDA                                                                                                                                  
É associada a edema, autodigestão celular, necrose e hemorragias.
Acomete mais a faixa etária acima dos 40.
80% dos casos de pancreatite aguda (PA) é benigno e autolimitado.
a) leve - restrita ao pâncreas e com edema intersticial. A disfunção orgânica causada é mínima.
b) grave - é imprevisível e enganosa. Causa necrose, atingindo, inclusive, regiões adjacentes ao pâncreas. Pode levar a insuficiência respiratória, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e até hemorragias no trato gastrintestinal, devido a falências intestinal e hepáticas.

Etiologia:  É bem variada, sendo necessários muitos anos de investigação médica. Os principais fatores que desencadeiam a pancreatite aguda são: cálculos, álcool, causas idiopáticas, microlitíase, drogas (morfina, corticoides), hiperparatireoidismo, hipercalcemia, traumas, cirurgias, infecções, vasculites, carcinomas etc.
O diagnóstico só pode ocorrer a partir da observação dos sinais clínicos combinados com achados laboratoriais e de imagem.

O quadro clínico se apresenta da seguinte maneira:
  • Dor epigástrica intensa, irradiando para o dorso e para a parte superior do abdome - pode ser confundido com infarto cardíaco.
  • Náusea, vômito, distensão abdominal, íleo paralítico
  • Hipovolemia, hipotensão, taquicardia, choque (isto é, alterações hemodinâmicas)
  • Alterações pulmonares
  • Leucocitose e febre
Fisiopatologia: O fator etiológico que vimos acima ativa a tripsina e desencadeia a série de sinais e
sintomas (edema, inflamação, lesão vascular, hemorragia, necrose, coagulação, esteatorreia), através da ativação de diversas outras enzimas, como a quimiotripsina, elastase, fosfolipase, lipase.

Diagnóstico laboratorial de PA:
  • Amilasemia - A destruição das células pancreáticas vai liberar enzimas do citoplasma para a corrente sanguínea. A amilase aumenta de 2 a 12h após o início do quadro, se elevando em até 6 vezes os valores de referência (VR). Seu pico sérico é atingido entre 12 e 72h. A normalização dos resultados ocorre entre o 3º e 4 dia. Sempre haverá a enzima amilase no sangue, mas em níveis basais, devido às renovações celulares do pâncreas.
  • Amilasúria - A excreção urinária de amilase aumenta 24h após a sérica. Permanece alterado na urina durante 3-4 dias após a normalização dos níveis séricos. Na PA a absorção renal da amilase está diminuida.
  • Depuração renal de amilase - Tem relação com a depuração renal de creatinina. Em PA os valores giram em torno de 7% a 15%, onde normalmente se apresenta de 1% a 4%.
  • Lipasemia - Aumenta de 4 a 8h após o início do quadro clínico, atingindo seu pico em 24h. Normalização em 8 a 14 dias
  • Outros exames - contagem de leucócitos (> 16.000/mm3), glicemia (queda de insulina), LDH (duas vezes mais altos que os VR), Hematócrito (aumentado), Cálcio sérico inferior a 8 mg/dl.


HIPERAMILASEMIA NÃO PANCREÁTICA                                                                                                                   
- Insuficiência renal (diminuição da depuração)
- Neoplasia de pulmão e ovário
- Lesões nas glândulas salivares
- Macroamilasemia
- Inflamação ou neoplasia das glândulas salivares.

PANCREATITE CRÔNICA                                                                                                                             
É uma doença de evolução lenta - progressiva ou recidiva.
Desenvolve processos de fibrose, atrofia glandular, dilatação do canalículo acinar, insuficiência pancreática, diabetes, calcificação, esteatorreia...
Acomete mais homens do que mulheres, com população maior entre alcoólatras.

Classificação e etiologia: 
1. Pancreatite crônica calcificante (PCC): é a mais comum causa de calcificação pancreática. Causas: álcool, fatores hereditários, idiopáticos, metabólicos e nutricionais.
2. Pancreatite crônica obstrutiva (PCO): é uma forma mais rara. Causas: câncer de papila e intraductal.

Diagnóstico da PC:
  • Glicemia
  • Amilasemia - apesar de ser mais confiante apenas na PA.
  • Amilasúria e lipasúria (esta última está em desuso)
  • Coprológico funcional 
  • Pesquisa de gordura nas fezes.

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