sábado, 15 de fevereiro de 2014

Introdução à Micologia: Conceito e Reprodução dos Fungos

Os fungos são organismos que convivem conosco todos os dias. Estes organismos são encontrados praticamente em qualquer local do ambiente que nos cerca, inclusive no ar, onde estruturas reprodutivas, na forma de esporos ou conídios, estão prontas para, ao cair em um substrato adequado, desenvolver novas estruturas vegetativas e reprodutivas.

Estes organismos, muitas vezes, nos são úteis, decompondo resíduos orgânicos, causando a decomposição ou a degradação de alimentos, ou mesmo atacando seres vivos, parasitando-os e, eventualmente, causando a sua morte.

Os fungos são importantes, tanto do ponto de vista ecológico quanto econômico. Ecologicamente, são considerados os lixeiros do mundo, pois degradam todo tipo de restos orgânicos, independente da origem, transformando-os em elementos assimiláveis pelas plantas. Já, economicamente, têm implicações em várias áreas, tais como Medicina humana e veterinária, Farmácia, Nutrição, Fitopatologia, Agricultura, Biotecnologia, entre outras.




ELEMENTOS FUNDAMENTAIS E CITOLOGIA

Os fungos são organismos eucariontes, unicelulares (leveduriformes) ou multicelulares (filamentosos), haploides (homo ou heterocarióticos), com parede celular contendo quitina e  alta-glucano. Não apresentam plastos ou pigmentos fotossintéticos.

Todos os fungos conhecidos, com poucas exceções, têm origem nos esporos (reprodução sexuada) ou conídios (reprodução assexuada), corpúsculos que podem ser comparados às sementes das plantas superiores, embora não sejam morfologicamente semelhantes a estas.

Os esporos ou conídios, para germinarem, necessitam de calor e umidade e o resultado desta germinação é a formação de um ou mais filamentos finos, conhecidos como tubos germinativos. Estes tubos se ramificam em todos os sentidos formando uma massa filamentosa, chamada  micélio, que constitui o sistema vegetativo, responsável pelo desenvolvimento fúngico e pela absorção dos alimentos.

Os filamentos simples ou ramificados que formam o micélio são denominados hifas. Na maioria dos casos, o sistema vegetativo encontra-se no interior dos tecidos parasitados, no solo ou na matéria orgânica em decomposição.




Com a formação dos esporos ou conídios é necessário que estes tenham acesso livre ao ar , para assegurar  sua disseminação. Realiza-se, então, uma diferenciação das hifas vegetativas, geralmente levantadas verticalmente sobre o plano do micélio, conhecido como esporóforo ou  conidióforo, e sobre estes se originam os esporos ou conídios. 
As hifas, por sua vez, podem ser apocíticas (com septo) ou cenocíticas (sem septo).


CICLO DE VIDA

O ciclo de vida dos fungos compreende duas fases: Uma somática, caracterizada por atividades alimentares, e outra reprodutiva, onde os fungos podem realizar reprodução sexuada ou assexuada.
Em ambos os casos, um grande número de estruturas é formado, dependendo da espécie. As estruturas assexuadas, como também as sexuadas, podem ser formadas isoladamente ou em grupos, neste caso, formando corpos de frutificação.

Assim, conídios podem ser formados em conidióforos isolados ou agrupa-dos, constituindo então os conidiomas
Os esporos podem ser formados em ascomas (onde são formados os ascos) ou basidiomas (onde são formados os basídios).

De acordo com tipo de reprodução realizada, os fungos podem ser divididos em três grupos:

a) Holomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza ambas as reproduções, sexuada e assexuada;

b)• Anamorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenas a reprodução assexuada;
• 
c) Teleomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenas a reprodução sexuada.




Referências: Moraes, A.M.L.; Paes, R.A.; Holanda, V.L. Micologia:  Conceitos e Métodos para a Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde. 

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