segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Eritrograma


Eritrograma é a parte do hemograma que avalia os parâmetros numéricos e morfológicos da massa eritroide, isto é, das células vermelhas.
Para que o eritrograma atinja suas finalidades - fazer notar, quantificar e contribuir ao diagnóstico causal das anemias -, há necessidade de observação e de interpretação de dados e gráficos, fornecidos pela máquina, e dados morfológicos da observação microscópica complementar. Vamos discutir sua interpretação a seguir.

  • Hematócrito
Volume da massa eritroide em uma amostra de sangue, em percentagem (%). Bastante utilizado para avaliar alterações volêmicas e de viscosidade.
  • Volume Corpuscular Médio (VCM)
É a relação do hematócrito com a contagem de eritrócitos. É expresso em fentolitros. Não há diferença entre homens e mulheres, tendo valor de referência de VCM = 89 + 9 fL em adultos.
Inversamente proporcional à contagem eritrocitária. VCM baixo - Eritrócitos altos; VCM alto - eritrócitos baixos.

  • Hemoglobina Corpuscular Média (HCM)
É a quantidade média de hemoglobina por eritrócito em uma determinada amostra de sangue.

  • Concentração Hemoglobínica Corpuscular Média (CHCM)
É a concentração média da hemoglobina nos eritrócitos calculada pelo quociente da média da quantidade de Hb pelo volume médio dos componentes da população.


  • RDW
Do inglês, Red blood cell Distribution Width, que significa amplitude de distribuição dos eritrócitos.


A seguir temos alguns termos utilizados para determinar características particulares das hemácias.
  • Policromasia (ou policromatose)
É avaliado por microscopia, a partir de lâminas bem produzidas e coloração bem feita. Geralmente é causada pela presença de eritrócitos recém saídos da medula, isto é, ainda ricos em RNA ribossomal, que confere coloração mais escura: acinzentada ou arroxeada. Denota hiperregeneração eritroide, ou seja, a anoxemia estimulou a produção renal de eritropoetina, que estimula a medula a produzir mais hemácias.
Este fenômeno pode estar presente em anemias hemolíticas, na regeneração de anemias carenciais e em ocasiões pós-hemorrágicas.
  • Macrocitose
Deve ser associada ao VCM (que costuma estar acima de 100 fL). Devido à maior espessura dos macrócitos, pode haver um aumento do HCM, mas não da CHCM, de modo que não há hipercromia real.
Causas: Alcoolismo, uso de fármacos, hepatopatias, esplenectomias, hiper-regeneração eritroide, síndromes mielodisplásicas, síndrome de Down, causas idiopáticas. 


  • Microcitose
O paciente possuirá um VCM abaixo de 82 fL. Os micrócitos são células menores, mais delgadas e mais claros à microscopia óptica.
Possíveis causas: anemia ferropênica, hemoglobinopatias, anemia de doença crônica, síndromes mieloproliferativas, ovalocitose. 
  • Anisocitose
A presença concomitante de macrócitos e micrócitos, com extensa variabilidade de diâmetro dos eritrócitos, denomina-se anisocitose. É qualificada pelo histograma e quantificada pelo RDW.
  • Anisocromia
Geralmente quando há hipocromia, hipercromia ou normocromia (no caso, mais de uma dessas simultaneamente) em uma dada população de hemácias. Coloração.
  • Poiquilocitose ou Pecilocitose
Diz respeito às formas anormais dos eritrócitos. A maioria tem denominações específicas (ex.: acantócitos, estomatócitos), mas quando a forma é tão aberrante que não se pode descrever separadamente, utiliza-se o termo poiquilocitose ou pecilocitose.



Fonte: Hemograma - Manual de Interpretação. Renato Failace. 4ª edição. 2006.

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