Nos últimos 50 anos, o
Brasil experimentou mudanças substanciais em termos de política, esporte,
educação e saúde, seja pelo mundo globalizado, seja por seus processos históricos
próprios.
No processo
saúde/doença populacional, vemos transformações notórias, sobretudo no âmbito
nutricional. Observam-se alterações de quantidade e de qualidade da deita,
mudanças de estilo de vida e nas condições econômicas, sociais e demográficas.
O que antes se estudava
na epidemiologia nutricional eram as carências nutricionais, isto é, os
problemas relacionados à desnutrição e à falta de alimentos. O panorama social
moderno do Brasil indica que os problemas mais gritantes relacionados à saúde
ligada à alimentação referem-se ao excesso de consumo energético, que ocasiona
sobrepeso e obesidade. A partir destes dois, o número de doenças crônicas não-transmissíveis
(como doenças cardiovasculares, cânceres, hipertensão etc.) cresceu
exponencialmente e figuram como os principais vilões que ameaçam a nossa saúde.
Mudanças
na sociedade e no padrão de alimentação
Sobre as transformações demográficas, passamos
de uma população rural para a condição de um país essencialmente urbano (80% de
pessoas em centros urbanos). A inserção
da mulher no mercado de trabalho retirou a imagem de “dona do lar”; com
isso, o desempenho reprodutivo (antigamente
de cerca de 6 filhos por família) foi drasticamente reduzido (2 a 3 filhos). Em
função disso, houve uma transformação na qualidade da alimentação, onde a
mulher não dispõe mais de tanto tempo para o preparo das refeições, dando-se preferência
a comidas congeladas, industrializadas, de baixo valor nutritivo, lanches,
doces, refrigerantes, álcool, excesso de ácidos graxos trans, sal e gorduras.
Redução
das atividades físicas
Simultaneamente à
ingestão excessiva de energia – representada pelos alimentos industrializados,
gordurosos e pouco nutritivos – a população brasileira vivencia uma acentuada
redução do nível de atividade física. Os fatores que explicam este fato: